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O queijo sempre foi um dos alimentos mais presentes na mesa do brasileiro. Entre as diversas opções disponíveis no mercado, duas se destacam: o queijo artesanal mineiro e o queijo industrializado. Embora ambos cumpram o papel de enriquecer a alimentação, as diferenças entre eles vão muito além da aparência ou do preço. Essas diferenças estão ligadas ao modo de produção, à qualidade dos ingredientes, ao sabor, ao terroir e até mesmo à relevância cultural que cada um carrega.
Neste artigo, vamos analisar de forma detalhada as distinções entre esses dois mundos do queijo, destacando as vantagens do queijo artesanal mineiro em relação ao industrializado, além de trazer exemplos, informações sobre prêmios conquistados e comparativos de vida útil.
O modo de produção: artesanalidade versus escala industrial
Antes de tudo, é essencial entender como cada tipo de queijo é produzido.
O queijo artesanal mineiro, especialmente o da Serra da Canastra, do Serro ou da Serra do Salitre, é elaborado com leite cru. Esse leite vem de vacas criadas em pastagens locais e carrega microrganismos próprios do ambiente. O processo inclui etapas manuais como a coagulação natural, a prensagem com pano, a salga feita à mão e a cura em tábuas de madeira. Ou seja, a produção preserva tradições seculares transmitidas de geração em geração.
Já o queijo industrializado segue padrões rígidos de produção em larga escala. O leite geralmente passa por pasteurização, eliminando microrganismos e tornando o produto mais uniforme. A fabricação envolve máquinas, padronização de formatos e aditivos que prolongam a vida útil. O objetivo principal não é a singularidade, mas a regularidade: queijos iguais em qualquer lugar, a qualquer momento.
Assim, enquanto o artesanal valoriza o detalhe e a identidade cultural, o industrial prioriza a quantidade e a padronização.
O terroir: a marca da origem
No queijo artesanal mineiro, o conceito de terroir é fundamental. Esse termo, herdado do universo do vinho, refere-se à influência do solo, do clima, da vegetação e das técnicas locais no sabor do alimento.
Por exemplo, o Queijo Canastra possui notas mais marcantes e intensas, muitas vezes com toques amanteigados e ligeiramente picantes. Já o Queijo do Serro tende a ser mais delicado, suave e de textura macia. Essa variação só é possível porque o leite cru preserva as características únicas da região.
O queijo industrializado, por outro lado, quase não apresenta terroir. Como o processo de pasteurização uniformiza o leite e as culturas utilizadas são padronizadas, o sabor tende a ser o mesmo, independentemente da região de produção. Isso limita a riqueza sensorial que o queijo pode oferecer.
Sabor e qualidade: a experiência sensorial
Ao experimentar um queijo artesanal mineiro, a primeira diferença que salta aos sentidos é o sabor vivo e autêntico. Cada pedaço conta uma história, trazendo notas complexas que variam conforme a estação do ano, a alimentação do gado e o processo de cura.
O queijo industrializado, embora apresente consistência e estabilidade, raramente alcança essa profundidade sensorial. Seu sabor costuma ser mais neutro e padronizado. Isso pode ser interessante para quem busca praticidade, mas não oferece a riqueza gastronômica de um queijo artesanal.
Além do sabor, a qualidade nutricional também se destaca. Queijos artesanais tendem a ser mais ricos em probióticos, já que não passam pelo processo de pasteurização. Isso favorece a saúde intestinal e fortalece o sistema imunológico.
Segurança alimentar: tradição com responsabilidade
É importante mencionar que o queijo artesanal de leite cru exige cuidados rigorosos. A produção segue normas estabelecidas por órgãos reguladores, como o Instituto Mineiro de Agropecuária (IMA), que garante padrões de higiene e segurança. Hoje, muitos queijos artesanais mineiros possuem o selo de inspeção que assegura ao consumidor um produto seguro e de qualidade.
Já o queijo industrializado, por passar por processos de pasteurização e uso de aditivos conservantes, naturalmente apresenta menos riscos de contaminação, o que aumenta a sua vida útil. Contudo, isso não significa superioridade; apenas uma abordagem diferente.
Premiações: reconhecimento internacional
O queijo artesanal mineiro conquistou o mundo. Em concursos como o Mondial du Fromage, realizado na França, queijos da Canastra e do Serro já receberam medalhas de ouro, prata e bronze. Essa conquista não apenas valoriza os produtores, mas também coloca Minas Gerais no mapa mundial dos queijos.
O queijo industrializado, por outro lado, dificilmente ganha destaque em premiações gastronômicas internacionais. Isso ocorre porque, embora seguro e padronizado, ele carece da complexidade e da singularidade que o jurado busca em um queijo de excelência.
Vida útil: comparativo entre artesanal e industrializado
Uma diferença prática importante está na vida útil.
- O queijo artesanal mineiro fresco pode durar de 10 a 20 dias quando armazenado de forma adequada, enquanto os curados podem chegar a vários meses. Nesse caso, quanto mais curado, maior sua durabilidade e intensidade de sabor.
- Já o queijo industrializado costuma ter validade bem mais longa, podendo ultrapassar 60 a 90 dias, principalmente por conta dos conservantes, da embalagem a vácuo e do uso de aditivos químicos.
No entanto, é preciso destacar: vida útil maior não significa qualidade superior. O queijo artesanal, ainda que dure menos, entrega uma experiência incomparável de sabor e autenticidade.
Exemplos práticos de comparação
- Queijo Canastra artesanal: produzido com leite cru, apresenta textura firme, sabor intenso e pode ser consumido fresco ou curado. Recebe prêmios internacionais. Sua validade varia conforme o grau de cura, podendo ultrapassar 60 dias.
- Queijo prato industrializado: amplamente consumido no Brasil, tem sabor suave, produção padronizada e longa validade, mas não possui identidade cultural ou terroir.
- Queijo do Serro artesanal: mais delicado, ótimo para consumo no dia a dia. Premiado e reconhecido mundialmente.
- Mussarela industrializada: prática para pizzas e sanduíches, mas seu sabor pouco varia e dificilmente surpreende em termos de riqueza sensorial.
Vantagens em consumir queijo artesanal mineiro
Apesar da praticidade do queijo industrializado, o artesanal oferece vantagens únicas:
- Qualidade superior – Sabor rico, textura variada e autenticidade.
- Saúde e tradição – Mais probióticos, menos aditivos químicos e preservação da cultura alimentar.
- Valorização do produtor local – Ao consumir artesanal, você apoia famílias mineiras e a economia regional.
- Reconhecimento mundial – Queijos premiados que orgulham o Brasil.
- Sustentabilidade – Produções menores, com manejo consciente e respeito à natureza.
Conclusão: tradição que supera a padronização
A comparação entre o queijo artesanal mineiro e o queijo industrializado deixa claro que cada um cumpre um papel diferente. Enquanto o industrializado atende a uma lógica de mercado baseada em escala, praticidade e padronização, o artesanal resgata a essência da gastronomia, carregando em cada pedaço a história, a cultura e o terroir de Minas Gerais.
Se você busca uma experiência única, cheia de sabor e tradição, não há dúvidas: o queijo artesanal mineiro é a melhor escolha. Além disso, ao consumi-lo, você apoia produtores locais, fortalece a cultura gastronômica do Brasil e se conecta com uma herança que ultrapassa gerações.
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